22 de fevereiro de 2021 às 10:13
Pressionado, Pazuello pede ajuda do Planalto para comprar vacinas

Numa ação rara, o Ministério da Saúde resolveu solicitar de
forma pública ao Palácio do Planalto um auxÃlio para a compra de novas vacinas
contra a covid-19. A pasta, comandando pelo general Eduardo
Pazuello, declarou por meio de uma nota divulgada neste domingo (21), que
deseja comprar imunizantes da Janssen e da Pfizer, mas que as propostas
apresentadas pelas empresas vão além de sua capacidade de prosseguir as
negociações para contratação. Por isso, recorreu à Casa Civil.
Além de pedir orientação de forma aberta, o Ministério disse
esperar uma resposta do Planalto entre amanhã (22) e sexta-feira (26) para
saber como deve proceder para solucionar impasses nas negociações iniciadas em
abril do ano passado com os dois laboratórios. De acordo com a Saúde, as
transações estão "emperradas" por falta de flexibilidade das
empresas.
"Queremos salvar vidas e comprar todas as vacinas
comprovadamente efetivas contra o coronavÃrus aprovadas pela Anvisa. Desde
abril de 2020, começamos a conversar com a Janssen e, um mês depois, com a
Pfizer, mas as duas empresas fazem exigências que prejudicam interesses do
Brasil e cederam pouquÃssimo nisso, ao contrário de outros fornecedores",
trouxe o texto assinado pelo secretário executivo do Ministério, Elcio Franco.
O comunicado relatou também que a pasta enviou um ofÃcio na
quarta-feira passada (17) Ã Casa Civil descrevendo o desgaste e atribuindo o
impasse às companhias. "Diante dessas dificuldades e da Janssen e Pfizer
não terem nos permitido avançar na compra das vacinas, remetemos um ofÃcio que
certamente buscará orientação junto a outros órgãos federativos e nos ajudará a
encontrar soluções que extrapolam os limites legais do Ministério da
Saúde", reforçou Franco.
O Ministério transcreveu uma parte do ofÃcio que encaminhou
à Casa Civil indicando que as tratativas comerciais se encontravam sem avanço:
"(...) em virtude das limitações jurÃdicas vislumbradas para a contratação
em conformidade com a legislação brasileira, entende-se que a presente análise
extrapola a capacidade do Ministério da Saúde em prosseguir com a negociação
para contratação".
Fonte: Portal R7